APONTAMENTOS DE UM TROVADOR

É já amanhã que acontecerá o lançamento de "Finhani - Vagabundo Apaixonado" de Emílio Tavares Lima. O evento está marcado para às 17 horas, na Livraria Les Enfants Terribles , situada na rua Bulhão Pato, nº 1, ao lado do Teatro Maria Matos, junto à Avenida de Roma, tendo portanto como referência para todos estação de comboio de Roma/Areeiro.  O evento tem como oradores convidados:  * Tony Tcheka - Jornalista e Poeta Guineense * Fernanda Almeida - Jornalista de RDP África e Produtora do Programa Literária "Escrever na Água" * Dr. Carlos Edmilson Marques Vieira - Encarregado de Negócios da Guiné-Bissau em Portugal  // * Momento Musical com Patche di Rima, Dj Ezzra e acompanhamento de Juca Delgado, no teclado. Sobre o livro o escritor afirma querer responder a vontade dos leitores em geral, e em particular dos guineenses, que anseiam por um trabalho dele no âmbito de romance, depois de ter publicado em Poesia "A Esperança é Ultimo a Morre

 

- Nkasta na lebsmenti deh! (Não admito falta de respeito) - Ami ninguin kana lebsin deh! (Ninguém vai me desrespeitar) - Nha boka kasta na lebsmenti!(Não estou para falta de respeito) É claro que nenhum povo gosta de ser enxovalhado por outrem. Mas para nós, guineenses, é tão recorrente estas frases sempre que alguém se apronta para defender a sua honra e o seu bom nome. E nem falo só de mulheres ou crianças. Nkasta na lebsmenti deh!.  Ainda ontem lembrava esta faceta dos guineenses, durante uma entrevista (que a seu tempo sairá) com o Dr. Hélder Vaz, que dizia exactamente isso, guineense não gosta de falta de respeito alheio. E hoje o jornalista Mussa Baldé publica uma reflexão interessante sobre a questão(no seu mural no facebook). Não é que em São Tomé e Príncipe, abraços com uma crise política eminente, o Secretário Geral do partido no poder Levy Nazaré, resolve alertar os compatriotas que por este andar o país deles ficará parecido com a Guiné-Bissau. É assim... se não

O homem sábio é aquele que resolveu a sua questão de identidade e proclama-se dono do mundo sentindo-se no direito de chorar todas as dores e pedir clemencia para todos os homens.    *** Uma vez saídos do nosso canto somos filhos de dilema. Não há glória nem honra na imigração e todas as buscas são desfortunas. *** Um imigrante conhece aos vários lugares por onde passa, em concreto nunca pertence a nada. *** Não há nada melhor que uma combinação de uma mulher capaz de ser companhia agradável pela presença, pela conversa, pelo perfume, pela subtileza de encantamento, pela inteligência – e porquê não – pela sedução com a possibilidade de intensamente partilhar visões, discutir questões do mundo, rir e chorar.

Não sou nada  não posso pretender ser nada. Além de tudo e em mim existe um mundo sem fim ...Bem no meu fundo interior além deste desfeito exterior sou uma casa assombrada junto à montanha violada não choro a dor mas a minha lágrima tem cor é azulado escuro do zangado céu eu nada sem véu declaro-me dono do mundo Eu sou o Mundo

Sobre a comemoração do Dia da Consciência Negra, no Brasil, e no Mundo em geral tenho ouvido disparates que cheguem. Aqui a minha opinião. Uma opinião baseada nos contactos que tenho com a temática e pessoas que lutam para afirmação desta consciência.  Parece-me que é importante separar África de Negro, isto é um Negro não se quer afirmar como africano, porque um Brasileiro será sempre um Brasileiro e Negro e quer ser aceite no seu país como tal, por isso é que se chama Dia da Consciência Negra, porque os Negros do Brasil querem que haja consciência e visibilidade quanto a sua presença na sociedade que lhes pertence. É preciso saber que esta data simboliza a Resistência de Zumbi, uma figura ímpar na luta de afirmação de Negros no Brasil. Considero falsa as questões que se levantam sobre esta data, considero uma forma feia de eludir a realidade  desta questão muito grave. Mas mais grave ainda é a situação que se passa em Portugal, porque fala-se de uma questão que não se colo

          Sobre a vida, a morte e sucesso: Lições da vida do grande génio de Tecnologia.  A grande mensagem SEJAM TOLOS, SEJAM FAMINTOS. Falou quem percorreu caminhos diversos e encontrou caminho mais indicado para sucesso na sua vida. No fundo teve a sorte que todos procuramos, a vida é curta amigos, como tal, exploremos então os caminhos mais profundos para simplificar a nossa passagem terrena, nada é melhor do que isso. E se todos praticássemos mesmo a máxima CARPE DIEM? Parece-me que certamente o mundo seria bem melhor, porque estaríamos a viver pelo bem, pela reconciliação, para eliminar toda e qualquer mágoa de nós, pela memória e amor aos que nos são próximos e respeito ao mundo. Pensem nisso!   

Não me despeço de ti, ATÉ JÁ MEU IRMÃO Na noite calada que escrevo, escrevo porque a insónia persegue-me e tenho medo de explodir, tenho medo de gritar que é injusto a tua partida, não é normal. Não serão injustiças todas, todas as mortes? Não sei, mas tinhas tanto para dar a este mundo. E assim vais, tão cedo e tão bruscamente para quem te preza muito. De cunhado ao irmão, ao amigo, ao confidente e à parte de mim não sei quando tornaste tudo tão real. “Boa Pessoa” é assim que o mundo te conhece, toda gente que lida contigo só tem maravilha a dizer sobre ti. Ainda me lembro daquele dia que fomos ver “Canta Pó” e aquilo não acabou bem, lembro que protegeste-me tão bem que só me lembro de pensar que estavas a ver o teu casamento a regredir se algo me acontecesse hehe. Lembro das nossas saídas na tua mota. És tu quem me proporcionou aquelas férias em Farim, terra que nunca mais sai-me da memória.  És o exemplo daquilo que procuro, um trabalhador incansável, sempre disponív

JOSÉ CRAVEIRINHA Quero Ser Tambor Tambor está velho de gritar Oh velho Deus dos homens deixa-me ser tambor corpo e alma só tambor só tambor gritando na noite quente dos trópicos. Nem flor nascida no mato do desespero Nem rio correndo para o mar do desespero Nem zagaia temperada no lume vivo do desespero Nem mesmo poesia forjada na dor rubra do desespero. Nem nada! Só tambor velho de gritar na lua cheia da minha terra Só tambor de pele curtida ao sol da minha terra Só tambor cavado nos troncos duros da minha terra. Eu Só tambor rebentando o silêncio amargo da Mafalala Só tambor velho de sentar no batuque da minha terra Só tambor perdido na escuridão da noite perdida. Oh velho Deus dos homens eu quero ser tambor e nem rio e nem flor e nem zagaia por enquanto e nem mesmo poesia. Só tambor ecoando como a canção da força e da vida Só tambor noite e dia dia e noite só tambor até à consumação da grande festa do b