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A mostrar mensagens de dezembro, 2012

NOVA GERAÇÃO VERSUS HOMEM NOVO

E se começássemos este texto com Vagabundo Apaixonado ou Insana Rebeldia , seria a nossa justa homenagem aos dois jovens guineenses que lançaram os seus livros recentemente… falamos de Emílio Lima e Edson Incopté, são exemplo de activismo da nova geração guineense, neste caso no domínio da literatura. Mas vem este artigo ao propósito da Editorial do Jornal “O Democrata” intitulado Nova Geração Versus Homem Novo , que traduz um conjunto de verdades e aponta para outros tantos receios. Lemos e gostamos que alguém apresse a apontar-nos que os anseios do passado não cumpriram com as expectativas. A geração dos Meninos de Pindjiquiti , dos Pioneiros da Luta e muitos falharam, basta constatar o estado do nosso país. É portanto legítimo que agora recaia expectativas na Nova Geração, como carinhosamente se trata os novos valores. A geração de pós-independência que entusiasmou, hoje vê-se, que contribuiu para marasmo em que estamos e como disse Prof. Doutor Leopoldo Amado não tem havid

CONVERSA COM O CIGARRO

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Conversa com o cigarro.  Apago as luzes, as minhas e as da casa,  vagueio pela rua adentro,  o vento frio entra-me,  abraça-me contra a minha vontade  e ameaça congelar-me o pensamento.  Coitado, como congelar a razão da minha insónia?  o que faz de mim alma-viajante?  Vagueio, vagueio e acendo um cigarro,  a terceira desde instantes.  A minha cabeça ribomba de incompreensão.  É cigarro, mas não só... São gestos, a força que me dá, a atitude! Puxar e suster respiração e levar cigarro além do meu coração ser vencedor de nada... Vagueio, vagueio e bem antes de quarto cigarro antes de acender-lhe, antes de tudo... estabeleço perímetro de segurança, - imaginário, claro - Mas de muita segurança! Uma sensação me envolve, mais do que frio ou a ingratidão dos sentimentos simples teias invisíveis de nada mas que doem! é saudade que mói e amor que escraviza! é amor todos os caminhos da incompreensão do que vagueia no noss

JOSÉ CARLOS SCHWARZ SEMPRE

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Se a Guiné-Bissau tivesse, ainda vivo, um dos seus filhos mais prodigioso na música, ele faria 63 anos de idade hoje!  A voz inconfundível do impulsionador, unanimemente reconhecido, como pioneiro da música moderna guineense que morreu cedo, cedo demais - aos 27 anos - marca a história cultural. Poeta, músico e compositor desde cedo criou o seu estilo e ainda hoje faz furor a quem ouve as suas músicas... e nos músicos espelha-se a admiração pelo trabalho deste enorme activista que fazia da música a sua arma para intervenção social. Lutou durante colonialismo e depois fez questão de cantar para alertar sobre os caminhos no período da liberdade conquista. Lembro bem da emoção com que Manecas Costa se referiu ao José Carlos Schwarz e a influência deste no seu percurso musical (quando o entrevistei). Lembro de comover-me ao ouvir Eneida Marta confessar o que mais deseja depois da morte - um dueto com José Carlos - e mais emocionado ainda lembro de estar na Polónia conversar com um ve

POSIÇÃO DE SOS RACISMO

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A JUSTIÇA ILIBA ASSASSINO DE KUKU LEGITIMANDO A VIOLÊNCIA POLICIAL E O RACISMO A 5 de Janeiro de 2009, Elson Sanches foi assassinado, à queima roupa, no Bairro das Lajes, na Amadora - por um agente da PSP, na sequência de uma perseguição policial. Elson Sanches, mais conhecido por KUKU, tinha 14 anos. Denote-se que, tal como tinha acontecido a propósito de outros assassinatos – perpetrados pela polícia, em Portugal, como foi o caso de Manuel Pereira (Toni) (2002) ou de Nuno Rodrigues (Mc Snake) (2010) – a sociedade e as instituições em geral, nomeadamente a Justiça, demonstram que existe um profundo racismo na sociedade portuguesa, o que oculta um debate sério e frontal sobre racismo, violência policial e exclusão social. As alegações finais do julgamento no passado dia 13 de Novembro e a sentença lida hoje dia, 5 de Dezembro, revelam isto mesmo. Uma vez mais – tal como quase sempre sucede – o agente da PSP que assassinou KUKU à queima roupa foi escandalosamente absolvido.

MEMÓRIA: DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA HIV SIDA

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Não podia deixar de escrever sobre esta data, sobre esta temática! Este é, sem dúvida, algo que marca e me marcara de forma especial. E hoje fui vagueando a minha memória buscando tempos de adolescência e principio do meu activismo. Dediquei-me a reflectir o que terá mudado desde que se fala desta doença. Penso que faz agora 12 anos, ou mais, desde que envolvi com esta questão. Na ocasião foi apenas para responder ao desafio lançado pelos professores, procurando pessoas para representar Liceu de Bissorã, no concurso promovido pela ADPP - Ajuda de Povo para Povo, era regional (Região de Oio) e envolvia três áreas - a saber Poesia, Desenho e Canto - lá acabei contra a minha vontade participar na categoria de Poesia. Não é importante mas acabei por ganhar o concurso. O que aconteceu de melhor nesta história e que constitui a minha memória é a digressão que se seguiu depois da vitória, participando em programa de rádios comunitárias e teatros para sensibilizar comunidades sobre a